Angola iniciou nesta segunda-feira (3) uma campanha emergencial de vacinação contra a cólera em meio a um surto que já causou 59 mortes e infectou 1.584 pessoas desde seu início em 7 de janeiro. A epidemia já se espalhou por oito províncias do país africano.
O Ministério da Saúde angolano anunciou que recebeu aproximadamente 1 milhão de doses da vacina Euvichol, provenientes do estoque de reserva da Organização Mundial da Saúde (OMS). Devido à escassez global de vacinas contra a cólera, a campanha será concentrada nas três províncias mais afetadas: Luanda, Icolo e Bengo.
“A seleção das comunidades que receberão a vacina foi feita com base em critérios epidemiológicos”, explicou a Ministra da Saúde, Sílvia Lutucuta. A vacina, administrada em dose única por via oral, é destinada a pessoas com idade igual ou superior a 1 ano e possui eficácia de até 80% na proteção contra a doença.
Para executar a campanha de vacinação, o governo angolano mobilizou uma força-tarefa de 6.104 profissionais, incluindo vacinadores, supervisores e pessoal local, que contarão com o apoio de agentes dos órgãos de defesa e segurança.
Além da vacinação, o Ministério da Saúde implementou outras medidas de contingência para controlar o surto, como melhorias no acesso à água potável, reforço na segurança e higiene dos alimentos, intensificação do saneamento ambiental e vigilância epidemiológica ativa. O governo também está investindo em campanhas de comunicação e mobilização comunitária para conscientizar a população sobre a prevenção da doença.
O surto atual já atingiu as províncias de Luanda, Bengo, Icolo e Bengo, Cuanza-Norte, Huambo, Huíla, Malanje e Zaire, demonstrando a rápida disseminação da doença pelo território angolano nas últimas semanas.