Coimbra, Portugal (MPF Press Global) – Um homem brasileiro de 35 anos, acusado de crimes de abuso sexual e exploração de menores, foi preso nesta semana na região metropolitana de Coimbra. O caso reacende o debate sobre a circulação internacional de criminosos sexuais e as fragilidades no combate a crimes online.
O suspeito estava na lista da Interpol e era procurado pela Justiça brasileira. Sua detenção ocorreu durante uma operação conjunta da Polícia Judiciária portuguesa com a Polícia Federal do Brasil, através da Unidade Nacional de Combate ao Cibercrime e à Criminalidade Tecnológica (UNC3T).
O episódio coincide com um momento em que o Brasil discute novas formas de regulamentar redes sociais e proteger crianças de conteúdos prejudiciais.
Fenômeno Felca e a preocupação com a exposição infantil
O caso ganhou ainda mais atenção em meio à repercussão do influenciador Felca, que viralizou ao denunciar a adultização de crianças em plataformas digitais. Em um vídeo que já ultrapassou 44 milhões de visualizações, Felca explica o funcionamento do chamado “algoritmo P”, responsável, segundo ele, por direcionar usuários para conteúdos sexualizados de menores em poucos cliques.
Cristiane, professora e mãe, relata como a repercussão do vídeo mudou sua postura:
“Percebi que, mesmo sem intenção, estava expondo meu filho a situações perigosas online.”
Criminosos aproveitam brechas para se deslocar entre países
Especialistas alertam para a facilidade com que criminosos sexuais conseguem se deslocar e se ocultar em países com laços culturais próximos ao Brasil. Para o Pós-PhD em neurociências Dr. Fabiano de Abreu Agrela, a escolha de Portugal como destino não é casual:
“A proximidade cultural, a semelhança linguística e a percepção de menor vigilância tornam o país um local estratégico para quem busca escapar da Justiça brasileira.”
Segundo ele, é urgente não apenas fortalecer a fiscalização internacional, mas também investir em políticas preventivas e campanhas de conscientização, pois a exploração infantil é um problema global.
O suspeito foi apresentado ao Tribunal da Relação de Coimbra, que decretou sua prisão preventiva. Agora, ele aguarda o processo de extradição para o Brasil.
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