POR JLR
“Seca no Rio Negro Antecipa Fim do Ano Letivo e Provoca Emergência em Municípios”
A seca devastadora no rio Negro está provocando uma crise educacional nas escolas ribeirinhas da região. De acordo com a prefeitura de Manaus, o calendário escolar previa que o ano letivo terminaria no próximo dia 17, mas agora, devido à situação crítica do rio, as aulas serão encerradas de forma abrupta nesta quarta-feira (4).
A falta de água no rio Negro tornou praticamente impossível para professores e alunos chegarem até as escolas. O calendário escolar nessa área é diretamente relacionado ao ciclo de cheia e vazante dos rios da região, com início em janeiro e término em outubro.
Como solução temporária, a prefeitura anunciou que nas escolas localizadas às margens do rio Amazonas, os alunos terão um calendário especial com aulas remotas. A cada quinze dias, uma equipe pedagógica irá avaliar a possibilidade de retomada das atividades presenciais.
A situação é alarmante, com 23 municípios do Amazonas declarados em situação de emergência devido à severa seca que afeta o estado. Dos 62 municípios amazonenses, 35 estão em situação de alerta, dois em estado de atenção e apenas dois em normalidade. O governador Wilson Lima decretou situação de emergência em 55 municípios afetados pela estiagem.
A perspectiva é que a situação piore ainda mais em outubro, quando a seca deve se intensificar. A Defesa Civil estima que até dezembro cerca de 500 mil pessoas serão impactadas pelos efeitos dessa estiagem no Amazonas.
Além disso, de acordo com o Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia (Inpa), além do fenômeno El Niño, que aumenta a temperatura das águas superficiais do oceano na região do Pacífico Equatorial, o aquecimento do Atlântico Tropical Norte, logo acima da linha do Equador, está inibindo a formação de nuvens, reduzindo significativamente o volume de chuvas na Amazônia.
Diante desse cenário preocupante, o governo do Amazonas informou que adotou uma série de medidas para apoiar as famílias afetadas, incluindo ações na área de saúde, abastecimento de água, distribuição de cestas básicas, kits de higiene pessoal, renegociação de dívidas e incentivos para os produtores rurais da região.
FONTE Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia (Inpa)
EDIÇÃO O LIBERAL DE RONDÕNIA (JLR)]]>