Carta de Amichai Chikli a Eduardo Bolsonaro eleva tensão diplomática entre Brasil e Israel

O ministro de Assuntos da Diáspora e Combate ao Antissemitismo de Israel, Amichai Chikli, criticou o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) após a Justiça brasileira determinar a investigação de um soldado israelense que estava de férias no Brasil. Em uma carta dirigida ao deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), Chikli classificou o caso como “perseguição contra israelenses” por parte do governo brasileiro.

A investigação foi aberta contra o militar Yuval Vagdani, suspeito de envolvimento em crimes de guerra no território palestino da Faixa de Gaza. Em 30 de dezembro, a Justiça Federal ordenou averiguações e, no dia 3 de janeiro, determinou o envio de informações à Polícia Federal (PF). Por ser signatário de tratados internacionais, entre eles a Convenção de Genebra e o Estatuto de Roma, o Brasil se compromete a investigar possíveis crimes de guerra, mesmo que tenham sido cometidos fora do país.

Segundo autoridades de Israel, Vagdani deixou o Brasil de maneira “rápida e segura”, seguindo para Buenos Aires, na Argentina. Diante dos desdobramentos, o Ministério das Relações Exteriores de Israel emitiu um alerta para que israelenses tenham cautela ao divulgar informações em redes sociais, devido ao risco de ações judiciais consideradas infundadas.

Na carta enviada a Eduardo Bolsonaro, Chikli manifestou indignação com o suposto apoio do governo Lula à iniciativa, classificando a atuação do Judiciário brasileiro como vergonhosa, sobretudo à luz do 80º aniversário da libertação de Auschwitz. Para ele, a maior parte dos brasileiros se opõe às medidas do atual governo, que, em suas palavras, poderiam “manchar para sempre a história orgulhosa da nação”. O ministro ainda ressaltou que o povo brasileiro é visto como aliado na luta contra o terrorismo, o antissemitismo e na defesa da legitimidade de Israel.

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