Vara de pescar quebrada, boca machucada e muito cansaço: esse foi o preço que o pescador Fábio Baca pagou para conseguir fisgar, colocar dentro do caiaque e fotografar um pirarucu com mais de dois metros e 100 quilos no rio Madeira, em Porto Velho. Baca estava pescando sozinho, em um lago do distrito de Jaci-Paraná, quando o pirarucu emergiu para respirar próximo ao caiaque onde o pescador estava. Depois disso, começou uma briga que durou cerca de 15 minutos. “Ele saiu me rebocando pro meio do lago e eu fui vendo que se eu ficasse dentro do caiaque eu não ia conseguir brigar com ele porque ele tava fazendo o que ele queria. Então eu fui segurando a vara e remando, até chegar num lugar mais raso. Pulei dentro da água e terminei a briga com ele dentro da água, fora do caiaque”, relembra. Além de gigante, o pirarucu demonstrou muita valentia e não se deixou ser capturado sem antes dar muito trabalho e causar estragos. “Ele quebrou a vara, passou por uns matos, ‘engarranchou’, puxou a vara pra dentro dos matos e quebrou tudo. Aí eu tive que terminar a briga puxando ele na mão com a linha só”, comentou o pescador. Pirarucu de 2 metros briga com pescador no rio Madeira — Foto: Fábio Baca Enquanto brigava com o peixe, Baca se preocupava com o tempo. Como ele pratica pesca esportiva, o objetivo é devolver o peixe à natureza saudável. Entenda: como funciona a pesca esportiva e como soltaram o pirarucu de 100 kg vivo de volta no rio em RO “Ele é um peixe que respira fora [da água], então se você ‘estafa’ [cansa] ele demais, quando você solta ele não consegue emergir de novo pra respirar e se afoga. Uma preocupação muito grande era essa: soltá-lo em condições dele ir embora”, aponta. Depois de muito cansaço, por parte do peixe e do pescador, Fábio conseguiu colocar o pirarucu dentro do caiaque. Por sorte, já que o animal ocupou quase todo o espaço da embarcação. Foi então que o peixe decidiu “se vingar”. Pirarucu de mais de 2 metros dentro do caiaque de Fábio Baca — Foto: Fábio Baca“Ele deu uma cabeçada de cima do caiaque, acertou minha boca, estourou minha boca”, conta o pescador. Baca não conseguiu medir o peixe, mas pelo espaço que ele ocupou no caiaque, que te, pouco mais de três metros, é possível estimar que o animal tem mais de dois metros. No fim, o que sobrou foram os registros e um misto de sentimentos. “O sentimento disso tudo é um sentimento de conquista de uma pescador, emoção demais pegar o maior peixe da vida, mesclada com muito medo mesmo. Dessa vez eu tive mais medo que o normal porque é um peixe extremamente perigoso e tinha medo de maltratar demais ele”.