Abastecimento suspeito? Saiba identificar combustível adulterado

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Da Redação – A megaoperação realizada pela Polícia Federal e pela Receita Federal contra um esquema bilionário de adulteração de combustíveis, sonegação fiscal e lavagem de dinheiro acendeu um alerta para motoristas em todo o país, especialmente em São Paulo.

Abastecer com combustível adulterado não apenas prejudica o desempenho do veículo, mas também pode gerar prejuízos financeiros significativos. Por isso, é fundamental saber identificar sinais de adulteração, exigir testes de qualidade no posto e conhecer os direitos garantidos ao consumidor.

Como identificar combustível adulterado

De acordo com a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), alguns sintomas no veículo podem indicar problemas:

  • Aumento repentino no consumo;

  • Perda de potência do motor;

  • Engasgos e falhas no funcionamento.

Apesar disso, especialistas alertam que esses sinais também podem estar ligados a fatores mecânicos ou de uso, como ar-condicionado constante ou trajetos mais exigentes. Por isso, contar com avaliação profissional é indispensável.

Testes que podem ser exigidos no posto

Poucos consumidores sabem, mas todo posto é obrigado a realizar testes de qualidade quando solicitado:

  • Gasolina: o “teste da proveta” mede a proporção de etanol na mistura. O limite é de aproximadamente 30%.

  • Etanol: deve estar incolor e livre de resíduos. O termodensímetro da bomba deve indicar conformidade com os padrões da ANP.

  • Diesel: o teste envolve densímetro e termômetro, com comparação dos resultados aos valores de referência da agência.

Se o estabelecimento se recusar a realizar os testes, a recomendação é registrar denúncia junto à ANP.

O que fazer em caso de suspeita

Ao desconfiar de combustível adulterado, o consumidor deve:

  1. Guardar a nota fiscal do abastecimento;

  2. Solicitar laudo ou orçamento da oficina que apontem os danos;

  3. Tentar obter amostra ou análise do combustível.

Com esses documentos, é possível acionar o Procon e registrar ocorrência na ANP, fortalecendo eventuais medidas judiciais.

Direitos garantidos por lei

O posto responde objetivamente pelos prejuízos, mesmo que alegue ter recebido combustível adulterado do distribuidor. Isso significa que deve indenizar o consumidor pelos danos.

Entre os direitos estão:

  • Reembolso de peças e reparos;

  • Custos com guincho e assistência;

  • Indenização por danos morais em casos graves;

  • Possibilidade de restituição em dobro do valor pago, com juros e correção.

Distribuidoras também podem ser responsabilizadas, já que a responsabilidade é solidária. Em situações coletivas, o Ministério Público e entidades de defesa podem propor ações conjuntas.

Como denunciar

A ANP aplica multas que variam de R$ 5 mil a R$ 5 milhões e pode até cassar a autorização de postos irregulares. As denúncias podem ser feitas pelo telefone 0800 970 0267 ou pela plataforma FalaBR.

No caso do Procon, é necessário apresentar nota fiscal, identificação do posto (nome, CNPJ e endereço), além do tipo de combustível adquirido. O denunciante pode pedir anonimato.

Prevenção: como reduzir riscos

Algumas medidas ajudam a evitar problemas:

  • Checar se o posto tem autorização da ANP;

  • Conferir CNPJ e fornecedor na bomba;

  • Verificar selos de aferição do INMETRO/IPEM;

  • Desconfiar de preços muito abaixo da média;

  • Sempre pedir nota fiscal.

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