
Janeiro começou com o carimbo da selvageria em Porto Velho. A catástrofe da violência ainda não produziu o efeito esperado no palácio Getúlio Vargas, sede do governo estadual. E por falar em governo, alguém sabe dizer por onde anda o governador Marcos Rocha? Em momentos de crise, é comum o chefe da Nação, do estado ou do município vir à público para, pelo menos, tentar tranquilizar a sociedade, mas, até agora, não vi nada nesse sentido. O pior é que muita gente aceita tudo isso calado, não exige uma posição mais enérgica do comandante-em-chefe do estado de Rondônia diante dos arreganhos que vêm sendo praticados contra o povo, a principal vítima do caos que se instalou na capital. Por quê?
Não é de agora que se percebe o descaso com que a questão da violência é tratada, não somente em Rondônia, mas no país inteiro, com raras exceções. Já disse (e repito) que o governador Marcos Rocha deveria pegar algumas aulas sobre segurança pública com o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, em vez de ficar lançando críticas em várias direções e anunciando medidas relâmpagos sem nenhum efeito prático, como se fosse oferecido um paliativo à população e, depois, o esquecimento do problema tem sido o caminho seguido.
Durante a campanha eleitoral, saúde, educação e segurança pública são prioridades. Depois, as medidas anunciadas acabam esquecidas numa gaveta qualquer da burocracia oficial, enquanto látego corre solto nos lombos dos pagadores de impostos, a pretexto de custear as despesas com saúde, educação, segurança, saneamento, transportes, cultura, entre outros serviços de qualidade para a população.
A segurança da população não pode ser tratada episodicamente apenas nos momentos de eclosão da violência, como é o caso de agora. Insistir nesse tipo de conduta é desrespeitar o povo, apostar na instabilidade e investir no caos. O controle oficial, como vem sendo evidenciando em Porto Velho, está parcialmente afetado, mas parece que só as autoridades responsáveis pela segurança público ainda não perceberam isso, enquanto a experiências desastrosas vão se repetindo. Alô, governador, segurança pública é coisa séria!
Por Valdemir Caldas