Grávida morre após monitor cardíaco de ambulância cair na cabeça dela
Monitor era preso por um velcro
Ao g1, o médico Marcelo Sivieri, designado pela Prefeitura para acompanhar o processo de investigação, informou pelo telefone que o monitor caiu na cabeça dela depois que o motorista precisou fazer uma manobra brusca. “O equipamento é preso com um velcro, que se soltou com a manobra. Me disseram que uma enfermeira ainda tentou amortecer a queda do objeto, mas não conseguiu”, relatou. Após o acidente, o motorista completou o trajeto até o Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (HC-UFTM). A jovem chegou à unidade ainda com vida, mas não resistiu aos ferimentos e morreu no local. Já o bebê foi salvo e passa bem. Ainda segundo o médico, Kamily sofria de pré-eclampsia, uma condição que acomete gestantes e provoca pressão arterial alta e, em casos mais graves, convulsões. À TV Integração, o secretário de Saúde de Sacramento, Reginaldo Afonso dos Santos, confirmou que o processo administrativo foi aberto nesta segunda para apurar o que ocorreu dentro da ambulância no momento do acidente.“Foi negligência”, diz pai
Segundo o pai de Kamily, Marcelo Antônio de Oliveira, o avô da jovem faleceu na noite do dia 9 de janeiro. Abalada pela perda, a gestante passou mal e foi levada para a Santa Casa de Misericórdia de Sacramento. No mesmo dia, de acordo com Marcelo, ela recebeu atendimento médico e foi liberada para voltar para casa. “No meu entender, ela deveria ter sido transferida desde o início, porque desde o começo da gravidez já sabiam que era de risco”, declarou. No dia seguinte, Kamily foi até um posto de saúde para apresentar alguns exames. Na unidade, ela voltou a passar mal e foi levada de ambulância para a Santa Casa. Após algum tempo, a jovem piorou, teve convulsões e precisou ser transferida para o HC-UFTM. Conforme o pai, ninguém da família conseguiu acompanhá-la na ambulância, e ele foi até Uberaba de carro. Kamily Pricila ao lado do pai, Marcelo — Foto: Arquivo da família Marcelo contou que aguardou várias horas na unidade, até ser informado por uma médica que o prontuário apontava que a jovem havia sido atingida por um objeto na cabeça. No mesmo dia, ela passou por uma cirurgia de cesariana para a retirada do bebê. Já na quinta (12), Kamily teve morte cerebral constatada pelos médicos. A família autorizou a doação de seis órgãos dela para outros pacientes. “Pensei que, já que estava perdendo uma vida, vou pelo menos poder salvar outras seis”, disse o pai. Marcelo disse ainda que aguarda a retirada de documentos para definir se vai registrar um boletim de ocorrência sobre o caso.“Eles erraram, e precisam responder pelo erro”, completou