Uma menina de 12 morreu sufocada ao tentar fazer um vídeo para o chamado “desafio do apagão”, que voltou a viralizar no TikTok. O caso aconteceu na sexta-feira (13), na cidade de Capitán Bermúdez, província de Santa Fé, na Argentina. O mesmo desafio gerou mortes na Itália e no Chile, em 2021.
Milagros Soto foi encontrada pendurada em um laço improvisado em seu quarto. Segundo as investigações do MPA (Ministério Público de Acusação), a menina tentou cumprir o desafio, que consiste em se enforcar amarrando um cadarço ou cinto no pescoço até perder a consciência e se libertar no último momento.
“Uma vez bloqueada a respiração, o objetivo é desmaiar por asfixia. Tudo isso é transmitido ao vivo nas redes e, quem consegue, avança no jogo. Nesse caso, não deu certo e a menor morreu na tentativa”, disse um dos agentes, segundo o jornal La Nación.
“Não temos consolo”, diz família. Após a morte da adolescente, uma tia de Milagros compartilhou uma publicação em seu perfil no Facebook contando sobre o caso e pedindo que a história fosse divulgada para conscientizar internautas sobre os perigos do consumo de redes sociais.
“Olá a todos. Meu nome é Lali. Torno público o que estou vivendo. Essa é a Milagros, minha sobrinha, que hoje (sexta-feira) perdeu a vida fazendo um desafio do TikTok. Por favor, peço que compartilhem. Minha família e eu não temos consolo”, afirmou Laura Luque.
Em nota, a escola Teniente General Pablo Riccheri, onde Milagros estudava, lamentou a morte da adolescente.
“Acompanhamos a família da nossa aluna neste momento terrível”, declarou a instituição, que descreveu a menina como “uma ótima aluna, companheira, doce, boa e amável”.
Outros casos
Milagros não foi a primeira vítima fatal do “desafio do apagão”. Em 2021, dois adolescentes morreram por causa do viral.
Um dos casos aconteceu em Palermo, na Itália, onde uma menina de 10 anos foi asfixiada após colocar um cinto no pescoço para tentar cumprir o desafio. Ela foi achada no banheiro por seu irmão, que tinha 5 anos na ocasião.
Depois da morte da criança, o governo italiano ordenou o bloqueio imediato das contas de usuários do TikTok menores de 13 anos.
Em novembro do mesmo ano, um menino de 12 anos morreu no Chile da mesma forma. Ele foi encontrado já sem vida em seu quarto, ao lado de um temporizador.
O que diz a plataforma
Em nota enviada ao UOL, a plataforma informou que sente “muito pela trágica perda desta família.”
Confira o posicionamento na íntegra:
“Sentimos muito pela trágica perda desta família. A segurança da nossa comunidade é prioridade e levamos muito a sério qualquer ocorrência sobre um desafio perigoso. Conteúdos dessa natureza são proibidos em nossa plataforma e serão removidos caso sejam encontrados.”
Informações adicionais:
• O ‘desafio do apagão’ é anterior ao TikTok (veja este relatório do CDC de 2008) e nunca encontramos nenhuma evidência desse tipo de tendência de conteúdo em nossa plataforma.
• O TikTok tem uma classificação de 13+ nas lojas de aplicativos, o que permite que os pais usem controles no nível do dispositivo para impedir que seus filhos baixem o TikTok. Temos guias parentais para ajudar os pais a conhecer as ferramentas que temos atualmente, como o emparelhamento familiar e dicas para um uso responsável da plataforma.
• O TikTok não possui uma função de bate-papo por vídeo, nem um grupo de vídeo.
Nosso trabalho mais amplo sobre desafios perigosos
– A segurança e o bem-estar de nossa comunidade são nossa prioridade e não permitimos conteúdo que incentive ou promova o suicídio ou automutilação.
– Também removemos avisos alarmistas sobre boatos de suicídio ou automutilação que poderiam causar danos ao tratá-los como reais. Continuaremos a permitir conversas que visam dissipar o pânico e promover informações precisas.
– Usamos uma combinação de tecnologias e equipes de moderação para identificar, revisar e, quando apropriado, remover conteúdo ou contas que violem nossas Diretrizes da Comunidade.
– À medida que tomamos conhecimento de hashtags que têm o potencial de promover desafios perigosos, tomamos medidas proativas para rotulá-las ou bloqueá-las.
– No terceiro trimestre deste ano, dos vídeos removidos devido à violação desta política, 96,7% deles foram removidos por nós de forma proativa sem terem sido denunciados, 91,6% antes de terem qualquer visualização e 91,1% em até 24 horas após a postagem