Uma ocorrência trágica marcou a noite de sábado (18) no Hospital Municipal de Morrinhos, sul de Goiás, quando um paciente foi morto pela Polícia Militar após fazer uma enfermeira refém na Unidade de Terapia Intensiva (UTI).
De acordo com informações da Polícia Militar, Luiz Cláudio Dias, que estava internado há três dias, entrou em surto psicótico e manteve uma profissional de enfermagem sob ameaça com um objeto cortante de vidro. As forças policiais foram acionadas e, após tentativas frustradas de negociação e devido ao risco iminente à vida da enfermeira, efetuaram um disparo que resultou na morte do paciente.
A corporação informou que um procedimento administrativo será instaurado para investigar as circunstâncias do ocorrido.
Em declarações à imprensa, o prefeito Maycllyn Max Carreiro revelou que o paciente era oriundo de outro município e havia sido encaminhado através da regulação estadual. “O paciente não tinha histórico de crises psicóticas e realizava tratamento renal. Não é comum pacientes apresentarem delírios ou surtos durante o tratamento em uma UTI. Foi um fato totalmente atípico”, explicou.
O gestor municipal caracterizou o incidente como uma tragédia. “Era uma situação complexa, envolvendo um paciente em surto e uma profissional de saúde em risco. As negociações foram conduzidas pela Polícia Militar devido à gravidade da situação”, afirmou.
Segundo o prefeito, a enfermeira não sofreu ferimentos físicos, mas está emocionalmente abalada. “Ela recebeu medicação e apresentou melhora no domingo”, informou.
A família da vítima contestou a versão oficial. Nas redes sociais, Luiz Henrique Dias, filho do paciente, alegou que seu pai teve uma crise de hipoglicemia e denunciou falta de apoio e negligência médica. “Mataram o amor da minha vida. O meu herói, meu pai. Quanta covardia, que negligência médica e da equipe da UTI do hospital de Morrinhos. A justiça será feita”, manifestou.
NOTA DA PREFEITURA DE MORRINHOS NA ÍNTEGRA:
“A Prefeitura de Morrinhos lamenta profundamente o ocorrido na noite do último sábado, 18 de janeiro, quando um paciente em surto psicótico fez uma enfermeira refém na UTI onde estava hospitalizado há três dias.
Em virtude da gravidade da situação e do iminente risco à vida da profissional, a Polícia Militar foi acionada para conduzir as negociações com o paciente.
Diante da infrutífera negociação, a Polícia Militar realizou um disparo que ocasionou no óbito do paciente.
Informamos que a gestão da UTI onde o fato aconteceu é de responsabilidade de uma empresa terceirizada, com contrato vigente até março de 2025.
A atual gestão reafirma seu compromisso com a transparência, mantém-se à disposição para esclarecer os fatos e lamenta profundamente a morte do paciente.
Solidarizamo-nos com a família enlutada e asseguramos que será oferecido acompanhamento psicológico e social tanto aos familiares quanto à enfermeira e demais envolvidos na situação.”