COLUNA PONTO CRÍTICO – Enquanto times de RO passam “pires”, presidente da Federação de Futebol ganha 330% de aumento; Governo Federal entrega mais de 300 apartamentos em PVH

Por Felipe Corona

 

Falta de sincronia

Mesmo com tanta polarização na política, onde cada um defende o seu “candidato” de estimação, o Brasil segue sendo o país da desigualdade social: onde os ricos ficam cada vez mais ricos e os pobres, cada vez mais pobres, porém defendendo os ricos! Vocês vão entender o que quero dizer nos próximos tópicos da coluna.

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E isso reflete também no esporte mais popular do nosso país: em pouquíssimos clubes, os jogadores recebem salários acima dos dois ou três dígitos (10, 20, 10, 200 mil reais). Na maioria, segundo dados da própria Confederação Brasileira de Futebol (CBF), a maior parte dos jogadores (55% ou mais) ganha menos de R$ 1.000 por mês.

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Outros dados, de empresas especializadas no esporte, indicam que 82% dos jogadores profissionais recebem até R$ 1.000 por mês. Um grupo razoável (33%) ganha entre R$ 1.001 e R$ 5.000 por mês. Menos de 5% dos jogadores recebem salários significativamente maiores, entre R$ 10.001 e R$ 50.000 por mês.

Marajás

Isso também chega a quem comanda os destinos dos jogadores, como dizemos comumente, os “cartolas. O atual presidente da própria CBF, Ednaldo Rodrigues, segundo o jornal O Globo, recebe um salário bruto de R$ 383,6 mil por mês. Somado ao 13º salário, o valor anual ultrapassa a marca de R$ 5 milhões brutos.

Não é ilegal

O montante, apesar de elevado, está dentro do previsto no estatuto da entidade, que é privada e não recebe dinheiro público. Os pagamentos são auditados e regularmente aprovados pelo Conselho Fiscal da própria CBF.

 

Tem mais $$$

Além do salário pago pela CBF, Ednaldo Rodrigues também acumula outra importante fonte de renda: desde novembro de 2023, o dirigente é membro do Conselho da FIFA, entidade máxima do futebol mundial. Como conselheiro, ele recebe US$ 300 mil por ano, o equivalente a R$ 1,7 milhão, de acordo com o balanço anual da FIFA.

“Trajetória”

Ednaldo Rodrigues assumiu o cargo em 2021, inicialmente como interino, após o afastamento de Rogério Caboclo (por denúncias de supostos assédios sexuais na direção da entidade). Em 2022, foi eleito efetivamente e agora seguirá no comando até 2030.

 

Em Rondônia

Mas, nosso foco não é Ednaldo Rodrigues, que ninguém sabe de onde veio, mas sabe para onde vai: ficar mais rico com o esporte mais popular do Brasil. Nossas perguntas e apontamentos são para o eterno e vitaminado Heitor Costa, que deve ter fundado e segue há pelo menos 40 anos como presidente da Federação de Futebol do Estado de Rondônia, a FFER.

 

Eterno

Eu tenho 40 anos de idade e desde que me entendo por gente, Heitor Costa é o ÚNICO presidente da FFER. Não sei, se em alguma eleição, ele teve concorrente. Se teve, foi pulverizado. Inclusive, o vigoroso e vitalício presidente da entidade chegou a ser deputado estadual. Imagino o quanto deve ter sido cansativo ser parlamentar e presidente da FFER.

 

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Só sei que Heitor Costa NUNCA DEU SINAIS de que vai sair do cargo. Nunca nem falou de aposentadoria. Aliás, nem sei a idade dele. Mas creio que ele já esteja na turma dos 60+ (já que eu tenho 40, chuto que ele tenha mais de 60). Ou se preferirem, na terceira idade. Isso não é preconceito. Só acho que ele poderia dar oportunidade para outros “interessados”.

Marajás 2

E falando em riqueza, Ednaldo Rodrigues foi bem generoso com os 27 presidentes das federações que o apoiaram em reeleição unânime. Não houve nenhum voto contrário entre eles, nem entre os 40 times das séries A e B, que formam o colégio eleitoral da CBF. Ah, os presidentes das federações tiveram seus salários aumentados em mais de TRÊS VEZES.

 

Marajás 3

E isso inclui o competente e ativo Heitor Costa, que teve um aumento de R$ 50 mil para incríveis 215 mil reais, segundo a revista Piauí! Eu, ganhando pouco mais de três mínimos, não saberia nem o que fazer com tanto dinheiro. Acho que eu faria igual o comendador daquela novela: o que sobrasse, eu iria jogar em uma piscina para nadar! Igual também o Tio Patinhas!

 

Marajás 4

Os colegas das federações já ganhavam 50 mil reais por mês desde 2021, quando Ednaldo assumiu no lugar de Rogério Caboclo. Ou seja: passaram quatro anos ganhando cerca de 600 mil por ano. Agora, passarão para INCRÍVEIS R$ 2.580.000,00!!! Vou repetir por extenso: DOIS MILHÕES, QUNHENTOS E OITENTA MIL REAIS BRUTOS POR ANO!

 

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Trocando em miúdos, de acordo com reportagem da revista Piauí, o aumento foi de 330%! A revelação aconteceu no final de março, logo após a reeleição de Ednaldo Rodrigues. O ex-jogador Ronaldo chegou a cogitar lançar candidatura, mas não obteve apoio e desistiu. A última disputa eleitoral com mais de um candidato na CBF aconteceu em 1989 (36 anos atrás).

 

Na pobreza

Enquanto Heitor Costa já deve ter recebido seu novo vencimento de mais de R$ 200 mil, o campeão rondoniense de 2025, o Porto Velho (que virou penta), não recebeu nada! Nem um centavo, talvez um “muito obrigado ou parabéns!” Um levantamento feito pela CNN Brasil mostrou que em Rondônia não houve pagamento de premiação para o vencedor do torneio.

 

Na riqueza

Até Roraima, que vive sendo confundida com Rondônia, pagou 50 mil reais para seu campeão! E olha que o futebol de lá não é tão desenvolvido quanto o daqui. Sem contar que nossa competição ainda teve a chancela de uma cooperativa bancária, que deve ter pago uma nota preta para estampar sua marca no troféu e no “naming rights” do campeonato.

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Porém, parece que o bolo não foi dividido. Só ficou do campo para fora, porquê para dentro, os jogadores vencedores não receberam nenhuma lembrancinha. Nem rolou aquele churrasco com cerveja que sempre acontece na pelada da firma ou entre os casados e solteiros de fim de ano. Se Heitor Costa fosse generoso e/ou altruísta, poderia ter doado uns 25% do salário né?

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Só para efeito de comparação em nível nacional. Não vou citar Rondônia porquê seria covardia. O último campeão brasileiro feminino, Corinthians, em 2024, “papou” R$ 1,5 milhão. Mas isso representa apenas 3,2% do que é pago para o campeão no masculino, que no mesmo ano, levou mais de 50 milhões de reais. A diferença é de 32 vezes a mais no mesmo esporte!

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Se no campeonato masculino de Rondônia não tem premiação em dinheiro, imagina no feminino. Não é à toa que o próprio Porto Velho EC tem dado a vida nas últimas Copas do Brasil que participou. Em 2024, ganhou mais de 1,5 milhão de reais. Já neste ano, eliminou nos pênaltis o Cuiabá e levou um pix de R$ 950 mil na primeira fase.

Um dia…

Diante de tantos fatos, a gente tem que se perguntar: o futebol de Rondônia um dia pode melhorar? Heitor Costa vai dar chance para alguém mostrar seu valor? A CBF terá outras candidaturas, já que a última aconteceu 36 anos atrás? Será que alguém já tentou registrar chapa contrária na FFER? Acho que há respostas para tudo isso… Resta saber se chegarão algum dia ao conhecimento de todos ou se estaremos vivos para ver acontecer!

Moradia

Na última quinta-feira (24), o senador Confúcio Moura (MDB) enalteceu o presidente Lula pelos projetos federais que beneficiam Rondônia. “É bom que saibam a verdade: o presidente não guarda mágoas, nem vira as costas ao estado”, afirmou. O senador está à frente da retomada de obras inacabadas no estado, de um total de mais de 22 mil no país.

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O discurso de Confúcio aconteceu durante a cerimônia de entrega de 304 apartamentos do residencial popular Porto Fino, no bairro Jardim Santana, na zona Leste de Porto Velho. O evento ainda contou com a presença do ministro das Cidades, Jader Filho.

Obras

O senador saudou as parcerias com a Caixa Econômica Federal e mencionou o atual momento habitacional brasileiro. “O presidente escolheu terminar obras inacabadas no país, entre elas, muitas creches e escolas em cidades e capitais de estado; o programa do governo federal é robusto”, reforçou Confúcio Moura.

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Segundo o senador rondoniense, o programa Minha Casa Minha Vida está resgatando obras de 1.456 apartamentos em Ji-Paraná e logo começará um residencial em Cacoal. Ele ainda lembrou sua participação no programa nos governos anteriores. “Com Lula e Dilma Rousseff tivemos o mais ousado projeto habitacional em Rondônia, alcançando 25 mil moradias”.

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