POR JLR
Ministros do STF decidem sobre parâmetros cruciais para a demarcação de territórios indígenas e a questão das indenizações aos proprietários.
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Durante o longo julgamento, que se estendeu por 11 sessões, pelo menos quatro teses distintas foram apresentadas.
O marco temporal, que estipulava que os povos indígenas teriam direito apenas às terras que ocupavam ou disputavam até 5 de outubro de 1988, data da promulgação da Constituição, foi derrubado pela ampla maioria dos ministros, com um placar de 9 a 2. No entanto, o tribunal ainda não chegou a um consenso sobre o que acontecerá com os atuais ocupantes das terras que serão demarcadas no futuro. A primeira proposta, apresentada pelo ministro Edson Fachin, sugeria que apenas as melhorias feitas pelos proprietários deveriam ser indenizadas, não o valor da terra nua. Ele também propôs que aqueles que precisassem deixar suas terras tivessem prioridade em assentamentos, uma tese que agrada aos povos indígenas. Em junho deste ano, quando o debate foi retomado, o ministro Moraes defendeu a necessidade de conciliar os direitos dos indígenas com os dos produtores rurais que adquiriram terras de forma regular e de boa-fé. Ele propôs que a União pagasse uma indenização prévia com base no valor total das propriedades, não apenas nas melhorias realizadas. No final de agosto, o advogado Zanin apresentou outro modelo: a responsabilidade pelas indenizações não deve ser apenas da União, mas também dos Estados. Essa proposta foi vista como um meio-termo pelo governo. O ministro Barroso concordou com Zanin, mas destacou que a questão das indenizações deveria ser discutida separadamente do julgamento do marco temporal. Na quarta-feira, o ministro Toffoli foi o único a se manifestar, sugerindo que os cálculos das indenizações ocorressem paralelamente aos procedimentos de demarcação, de forma que, no momento da desocupação, o valor da terra nua já estivesse definido. Ele enfatizou que as indenizações não deveriam ser a regra, e que sempre deveria ser buscada a solução menos onerosa para os cofres públicos, como o reassentamento. Toffoli também sugeriu que o Congresso legisle sobre o aproveitamento econômico das terras indígenas, o que poderia incluir a autorização para a mineração nessas áreas. FONTE JORNAL O VALOR EDIÇÃO O LIBERAL DE RONDÔNIA ]]>