principais aliados do príncipe herdeiro Mohamed Bin Salman. Segundo fontes envolvidas na organização da missão e ouvidas por Jamil Chade, do UOL, os acordos que serão anunciados devem abranger setores estratégicos como defesa, farmacêuticos e até mesmo o futebol, com a presença de um representante da federação saudita. Além disso, há uma expectativa de aproximação no setor de fertilizantes, visto que o Brasil importa quase todo o seu consumo anual desse insumo essencial para a produção agrícola, sendo um terço proveniente da Rússia, país em guerra. Uma possibilidade que está sendo considerada é a negociação de um acordo de joint-venture para a produção de fertilizantes no Brasil, envolvendo empresas sauditas e brasileiras. Esse tema também faz parte da agenda do ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, que se encontrará com empresários brasileiros durante sua visita ao reino saudita neste fim de semana. O embaixador do Brasil em Riad, Sérgio Bath, ressalta que essa missão é um “evento histórico”, já que nunca antes na história diplomática dos dois países houve uma delegação organizada com tal dimensão. Em Brasília, a missão e o envolvimento do vice-presidente marcam o fim de qualquer tensão que possa ter surgido com a decisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de cancelar um jantar em Paris, no mês passado, com o príncipe herdeiro. Bin Salman é acusado de envolvimento na morte de um jornalista e frequentemente denunciado por grupos de direitos humanos. Durante uma visita anterior de Jair Bolsonaro (PL) a Riad, ele chegou a dizer que tinha “certa afinidade” com Bin Salman, o que gerou críticas por parte de ativistas, especialmente por comentários considerados inadequados. Os contatos entre o príncipe saudita e a família Bolsonaro também foram marcados pelas joias entregues pelo príncipe ao casal presidencial. A garantia de fornecimento de fertilizantes para a agricultura brasileira é de grande interesse dos sauditas, visto que o Brasil é o maior fornecedor de alimentos para a Arábia Saudita, ocupando 10% desse mercado. Contudo, o Brasil quer equilibrar sua balança comercial, que atualmente apresenta um déficit de US$ 2,4 bilhões. Apesar de ser um dos principais fornecedores de alimentos, a importação de petróleo saudita dificulta o equilíbrio nas contas. Os investimentos brasileiros também têm ganhado relevância na Arábia Saudita. Empresas como Vale, BTG Pactual e Embraer já estão presentes em Riad. Há uma esperança de que os US$ 10 bilhões prometidos pelos sauditas para investir no Brasil encontrem um destino adequado, buscando áreas de convergência que possam impulsionar o desenvolvimento econômico de ambos os países. FONTE https://www.brasil247 ]]>