Médica faz falsas alegações sobre vacina da covid-19 em vídeo sobre autópsias

O Estadão [caption id="attachment_470711" align="alignnone" width="600"] As alegações feitas em vídeo pela médica Maria Emilia Gadelha já foram desmentidas anteriormente. Foto: Reprodução[/caption] História por Luciana Marschall O Estadão Verifica investigou e concluiu que: é falso. Os imunizantes que usam a tecnologia RNA mensageiro (mRNA) ensinam o corpo a produzir a proteína spike, uma estrutura específica do vírus que causa a covid. A produção da proteína faz com que o sistema imunológico dos pacientes se lembre como combater o coronavírus. As vacinas mRNA não estão associadas a casos de trombose. Elas são seguras e estudadas há décadas nos contextos de outras doenças, como Zika, raiva e gripe. A Organização Mundial da Saúde (OMS) informa que ensaios clínicos demonstraram que as vacinas com essa tecnologia produzem resposta imunológica com elevada eficácia contra a covid-19. A segurança do produto é constantemente monitorada. O exame dímero-D sozinho não permite diagnosticar trombose. Ele é comumente prescrito para pessoas que já apresentam quadro clínico para essa condição ou para avaliar se pacientes estão reagindo bem a tratamentos anticoagulantes. As alegações feitas em vídeo pela médica Maria Emilia Gadelha já foram desmentidas O registro da médica junto ao Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) informa que a especialidade dela é a otorrinolaringologia. Maria Emilia já foi alvo de outras checagens por desinformar sobre as vacinas contra a covid-19. No vídeo em questão, ela não apresenta provas sobre suas alegações e não exemplifica que casos de sequelas estaria acompanhando. As afirmações feitas sobre a proteína spike já foram desmentidas em outras ocasiões. Em 2021, o Projeto Comprova investigou outro vídeo no qual a médica apresentava parte de um estudo para defender a tese de que os imunizantes causam lesões em órgãos humanos. Na ocasião, o autor do estudo citado por Maria Emília negou que essa fosse a conclusão da análise feita por ele. Proteína spike não está associada a trombose As vacinas de mRNA, como as da Pfizer e da Moderna, são frequentemente alvo de desinformação. Elas não estão associadas ao desenvolvimento de trombose. Alertas de casos raros neste sentido, para casos raros, são relacionados aos imunizantes com vetor de adenovírus, como o da AstraZeneca. As vacinas da Pfizer e da Moderna carregam uma sequência de RNA que produz no corpo humano as proteínas spike presentes também no novo coronavírus. Esse RNA é envolto em nanopartículas de lipídeos (gordura) que facilitam a entrada da molécula no citoplasma, uma região da célula humana onde o RNA é transcrito em spike. Assim, as células vão produzir uma quantidade dessas proteínas e o sistema imune vai produzir anticorpos dirigidos contra ela, o que induz uma resposta imunológica com memória. A OMS informa que os dados atualmente disponíveis sugerem relação potencial entre sintomas de miocardite (inflamação do músculo cardíaco) e pericardite (inflamação da membrana que envolve o coração) e as vacinas de mRNA, mas que os casos relatados foram muito raros e os sintomas são geralmente leves.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e o Ministério da Saúde mantêm a recomendação pela continuidade da vacinação, uma vez que, até o momento, os benefícios das vacinas superam em muito os riscos.

Não há recomendação para que vacinados meçam dímero-D Em 2021, especialistas ouvidos pelo Comprova informaram que o exame de dímero-D sozinho não permite diagnosticar trombose. O teste é comumente prescrito para pessoas que já apresentam quadro clínico para essa condição ou para avaliar se pacientes estão reagindo bem a tratamentos anticoagulantes. Além disso, não é possível relacionar um caso de trombose com a vacina sem rigorosa investigação médica e das autoridades da saúde. O exame dímero-D detecta a quantidade da proteína fibrina fragmentada no sangue. Ela é responsável por dar consistência aos coágulos sanguíneos e o acúmulo deles pode causar danos ao sistema circulatório, como AVC ou trombose. Ao medir a ocorrência da proteína no organismo, é possível analisar se há formação excessiva de coágulos.

O mesmo vídeo aqui verificado também foi checado em fevereiro de 2022 por Lupa e Fato ou Fake. Nas verificações anteriores sobre as alegações dela, a médica não se manifestou.

FONTE O Estadão  ]]>

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