Área de preservação ambiental em Rondônia. Foto: Reprodução[/caption]
Nos últimos anos, Rondônia ocupa posições preocupantes quanto os índices de desmatamento. Em março deste ano, por exemplo, o estado perdeu uma área equivalente a 2,2 mil hectares: 450% maior do que a quantidade registrada no mesmo período de 2022.
Na tentativa de conter os danos gerados pelo desmate, entidades e iniciativas de reflorestamento são desenvolvidos para recompor a vegetação nativa das áreas degradadas.
Conheça alguns dos projetos de reflorestamento que existem em Rondônia:
Projeto Viveiro Cidadão
O projeto Viveiro Cidadão é realizado pela Ecoporé, uma organização sem fins lucrativos sediada em Rondônia, que há mais de 30 anos atua em prol da Sociobiodiversidade e Sustentabilidade da Amazônia.
Reconhecido como o primeiro projeto de reflorestamento do estado, o Viveiro Cidadão tem como principal objetivo a ampliação da recomposição ecológica da Amazônia.
“Nosso foco é a restauração de áreas que foram desmatadas indevidamente e que sofrem as consequências da crise climática global. Enfrentamos um grande risco de não conseguir produzir alimentos suficientes para a humanidade, continuar tendo catástrofes ambientais e eventos climáticos extremos. Por isso, a restauração é importante em vários aspectos da nossa vida”, avaliou o coordenador geral do projeto, Marcelo Ferronato. Ações desenvolvidas
- 2007-2012 — Projeto D’allincourt: Foi o primeiro projeto de restauração ecológica de Rondônia. Mais de 150 proprietários rurais da microbacia do igarapé D’allincourt foram apoiados e 120 hectares recuperados;
- 2012-2013 Projeto Manicoré: Em continuidade à primeira ação, os proprietários rurais da microbacia do Igarapé Manicoré, receberam apoio para a recuperação de 96 nascentes;
- 2013-2015 — Viveiro Cidadão I: O projeto apoiou a recuperação de mais de 200 hectares em três municípios na sub-bacia do Rio Palha;
- 2017-2019 — Viveiro Cidadão II: Expansão para 8 municípios e recuperação de 120 hectares, além do apoio prestado a cerca de 350 agricultores familiares;
- 2021-2024 — Expansão para 10 municípios e pretensão de instalação de uma escola da restauração Econômico-Ecológica.
“Existem inúmeras experiências que conseguimos relatar da restauração e mostrar de fato como ela pode contribuir para a agricultura sustentável. Acredito que existem muitos agricultores que relatam em suas histórias uma capacidade muito grande de gerenciamento da propriedade rural com os recursos naturais do planejamento. Ele consegue ter indicadores e aumentar sua renda”, disse Ferronato.
Um dos atendidos pelo projeto foi o agricultor Dorival Pessato, que chegou em Rolim de Moura (RO) na década de 90 e observou os danos do impacto ambiental de perto. O rio que passa pela propriedade rural do agricultor secou e a alternativa foi apostar no reflorestamento.
“Uma parte foi eu quem destruiu, a outra parte já estava aberta. O que eu destruí estou tentando construir de volta. Eu vi que as áreas estavam muito feias, os plantios de gramas feios, estamos tentando corrigir o que fizemos de errado. Com o reflorestamento melhorou bastante, ficou só dois passadores pro gado passar a água ficou bem mais limpa”, contou o agricultor.
Policial Militar Ambiental em Candeias do Jamari:
Ações de reflorestamento desenvolvidas pela Polícia Ambiental funcionam há cerca de três anos, em um viveiro de reflorestamento. Às margens do Rio Preto, em Candeias do Jamari, uma área de 25 mil hectares passa por um processo de reflorestamento.
Segundo o major Wesley, integrante do grupo, o projeto é focado na educação ambiental.
“A ação tem um foco preventivo, principalmente na questão da educação ambiental onde as empresas, órgãos públicos e privados as entidades filantrópicas solicitam do batalhão tais ações. Voltadas à questão da educação ambiental, nós temos árvores aqui que foram plantadas há dez anos atrás, e hoje são árvores adultas que trazem a aproximação da população com a natureza”, enfatizou.
Atualmente existem cerca de 50 mil mudas no centro de restauração do Batalhão Ambiental que estão aptas para a doação e ações de reflorestamento. O batalhão da polícia cultiva as próprias mudas, que são específicas da região. O sargento Eraldo, é o responsável pelo setor de mudas e explica:
“Eu faço o mapeamento, identifico a árvore, coleto as coordenadas geográficas e depois eu monto um cronograma para coletar aquela semente. Cada espécie coletada aqui tem uma data específica que ela vai estar na época de produção das sementes”.
Projeto Harpia
O projeto mapeou cerca de 120 ninhos de harpias em todo o Brasil. A ação é realizada com o uso de câmeras de monitoramento ambiental. Até o momento, mais de dois mil animais silvestres foram registrados em áreas de preservação.
Vários registros foram feitas em uma área que passou por um processo de reflorestamento, em Cacoal (RO).
“Registros raros como onça pintada, onça parda vários registros de jaguatiricas e de outros animais como tatu canastra, tamanduá bandeira… animais que a gente achava que não estivessem mais naquela mata especificamente”, comenta o coordenador do projeto em Rondônia, Carlos Tuyama.