Fernanda Neves em recuperação do acidente. — Foto: Fernanda Neves Fernanda Neves em recuperação do acidente. — Foto: Fernanda Neves Fernanda Neves teve parte do rosto e do corpo queimados após a explosão de uma churrasqueira em dezembro de 2022 em Vilhena (RO). A jovem contou ao g1 como está sendo a vida e o processo de recuperação depois do grave acidente. Segundo Fernanda, após o incidente ela foi levada rapidamente para o hospital onde precisou receber forte medicação e foi entubada para sobreviver aos procedimentos. “Senti dor, muita dor. Lembro de tudo até o momento em que me entubaram. Quando cheguei no hospital me deram morfina para suportar a dor e começaram a arrancar os couros queimados. A médica disse pra mim que se eu sentisse a minha garganta fechando era pra avisar e eu senti como se tivesse areia, foi aí que me entubaram”, disse Fernanda. Ao todo, foram 40 dias na unidade hospitalar, sendo 15 deles na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Fernanda teve queimaduras de segundo e terceiro grau. No processo de recuperação a jovem enfrentou três cirurgias. “A primeira foi para retirar a pele e limpar os ferimentos, eles foram profundos. Na segunda cirurgia realizamos enxerto de pele, tiraram a pele da minha coxa e colocaram nas queimaduras”. Os pontos onde o fogo atingiu foram na perna e braço esquerdo, pescoço e parte do rosto. A última cirurgia foi realizada no dia 20 de maio, quando em uma das consultas o médico reparou que a jovem não conseguia esticar o braço com facilidade. “Eu não conseguia esticar meu braço, o nervo estava preso. Foi rápida a cirurgia, eu fiz em um sábado e fui liberada na segunda mesmo. Meu pescoço tá assim, ele não vira para direita e meu médico disse que se não me incomodar é melhor não mexer nisso”, contou a jovem. Hoje, Fernanda não sente mais dores e revela que a pior parte de todo esse processo é o julgamento e as perguntas indevidas que ela recebe diariamente nas ruas. “Agora eu só sinto frio nos machucados e quando esbarro em alguma coisa criam bolhas. Quando saio na rua preciso usar blusas ou casacos, os machucados não podem pegar sol. Mesmo assim, a pior parte é a reação das pessoas. Uma mulher me perguntou como eu tenho coragem de sair de casa”. Se recuperando em casa, a jovem relata que seu principal objetivo é ir retornando a rotina normal. Suas consultas são feitas em Porto Velho e a próxima está marcada para novembro, onde será analisado o avanço da recuperação. “O tempo de recuperação dura cerca de dois anos. Já pedi um encaminhamento para o psicólogo, me abala muito tudo isso. Minha vida mudou, minha rotina. Pessoas perguntam se eu não tinha morrido ou se não vou fazer outra cirurgia para melhorar minha aparência. Dói”. No próximo mês Fernanda retorna ao trabalho, ela é auxiliar de dentista e está ansiosa para voltar as atividades normais. Suas metas de vida são simples e carregadas de emoção: conquistar sonhos e cuidar daqueles que tanto a ajudaram.]]>