Cláudia de Jesus diz que “parceria tem limites” e que o “povo está morrendo”. Reunião das mais movimentadas na manhã desta terça-feira (26) da Comissão de Saúde e Assistência Social, presidida pela deputada Cláudia de Jesus (PT) na Assembleia legislativa de Rondônia (Alero). Muitas cobranças sobre o sistema de saúde do estado, do sucateamento dos aparelhos de imagens, para a conclusão do Hospital Regional de Guajará-Mirim, sobre os representantes do Escritório das Nações Unidas de Serviços para Projetos, a Unops, empresa responsável pela obra do hospital, além de aprovação de projetos e requerimentos. O deputado Delegado Camargo (Republicanos) destacou matéria publicada em um blog de Rondônia, onde o jornalista denuncia um suposto esquema de corrupção na Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), com licitações direcionadas a empresa – ou empresas– coordenadas por uma servidora que respondia por cargo importante na secretaria na gestão anterior. Ela foi exonerada. Na reunião, foi aprovado requerimento pedindo explicações à Sesau, mas antes a comissão fará todo procedimento burocrático para formalizar o documento ao governo do estado. O deputado Delegado Camargo juntou documentação onde a servidora pública de confiança, dizia a pessoas subordinadas, que tinha “fornecedor certo” e “eu escolho quem eu quero”. A deputada Dra Taíssa (PSC) novamente voltou a criticar o Escritório das Nações Unidas de Serviços para Projetos (Unops). Segundo a deputada, há mais de 200 dias a Unops assumiu a responsabilidade de concluir o Hospital Regional de Guajará-Mirim, fundamental para atendimento a moradores de uma vasta região e, apesar de ter recebido milhões antecipados e “nada fez” e, ainda, pediu mais prazo para poder contratar a empresa para concluir o hospital. Durante a reunião, foi aprovado documento convocando a direção da Unops para comparecer na reunião da Comissão de Saúde para o dia 17 de outubro, para dar explicações sobre a situação. A situação complicada na saúde pública de Rondônia recebeu severas críticas da deputada Cláudia de Jesus. Segunda ela, o secretário da Sesau, Jefferson Moura é solícito, está sempre disposto a ouvir os parlamentares, “mas bondade não enche barriga” e “parceria tem limites”, afirmou a parlamentar. Cláudia alertou que o povo está morrendo, porque não tem um tratamento adequado e situações como as intermináveis filas de regulação, para cirurgias, são problemas que precisam de solução, pois saúde pública “é uma obrigação e não um favor”, e tem que ser aplicada de “forma coletiva, pois estamos cansados de cobrar, e o sistema de saúde continua péssimo”. A deputada citou o Mato Grosso, que está construindo e equipando hospitais e com atendimento eficiente na área. Rondônia, segundo a deputada Cláudia, é um estado rico, de economia forte e deve buscar o caminho para que seu povo receba uma saúde pública eficiente. A situação dos principais hospitais públicos do estado é delicada e, hoje, somente o Hospital João Paulo II teria condições de realizar exames de tomografia, na capital, porque os equipamentos do Hospital de Base e do Cemetron estariam danificados. O Cemetron teria providenciado para receber um aparelho novo, mas a liberação foi suspensa, porque seria levado para outra unidade como forma de centralizar os trabalhos. A deputada Taíssa, que liberou emenda para baritar (colocar argamassa nas paredes) na sala para o equipamento no Cemetron criticou a mudança e cobrou explicações da Sesau. A presidente do Sindsaúde, Célia Campos participou da reunião como convidada e fez sérias denúncias como de UTIs fechando no Hospital Regional de Cacoal, por falta de médicos e a de pediatria indo pelo mesmo caminho; regulação ineficiente, de assédio moral nas unidades de saúde e de servidores há 90 dias sem receber horas extras. Texto: Waldir Costa I Secom ALE/RO Foto: Rafael Oliveira I Secom ALE/RO]]>