Polícia Federal vai investigar ataques e mortes no MST em SP

Foto: Reprodução Valdir do Nascimento, o Valdirzão, de 52 anos, e Gleison Barbosa de Carvalho, 28

Um violento ataque ao Assentamento Olga Benário, do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), resultou na morte de duas pessoas e deixou outras seis feridas na noite desta sexta-feira (10) em Tremembé, interior de São Paulo. O incidente motivou a abertura de um inquérito pela Polícia Federal para investigar o caso.

Segundo relatos do MST, aproximadamente dez homens armados invadiram o assentamento por volta das 23h, utilizando carros e motos. Entre as vítimas fatais estão Valdir do Nascimento, de 52 anos, conhecido como Valdirzão e identificado como uma das lideranças locais, e Gleison Barbosa de Carvalho, de 28 anos. Os seis feridos, com idades entre 18 e 49 anos, foram encaminhados a unidades de saúde da região.

A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo confirmou a detenção de um suspeito no local, que foi autuado em flagrante por porte ilegal de arma. As autoridades investigam o caso como homicídio, tentativa de homicídio e porte ilegal de arma de fogo.

O histórico de tensões na região revela que o Assentamento Olga Benário tem enfrentado disputas constantes com o setor imobiliário devido à sua localização estratégica no Vale do Paraíba. O MST afirma que já havia alertado autoridades estaduais e federais sobre as ameaças recebidas, porém sem que medidas efetivas de proteção fossem implementadas.
Em resposta ao ataque, o Ministério da Justiça e Segurança Pública determinou que a PF iniciasse as investigações, considerando a violação de direitos humanos. Uma equipe especializada, composta por agentes, peritos e papiloscopistas, foi enviada ao local para coletar evidências.

O ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, manifestou repúdio ao atentado e informou que o presidente Lula determinou acompanhamento do caso e apoio aos assentados. Paralelamente, o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania anunciou que oferecerá assistência e proteção às lideranças e moradores por meio do Programa de Proteção aos Defensores de Direitos Humanos, Comunicadores e Ambientalistas.

As investigações prosseguem com o objetivo de identificar e responsabilizar todos os envolvidos no ataque.

 

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