Israel e Hamas concordam com cessar-fogo após 467 dias de guerra

AM ISRAEL HAI: Familiares de reféns, em Israel, celebram acordo.

Israel e Hamas chegaram a um acordo histórico de cessar-fogo nesta quarta-feira (15), encerrando um conflito que deixou quase 48 mil mortos na Faixa de Gaza e mais de dois mil no território judeu. O acordo, anunciado em Doha pelo primeiro-ministro do Catar, Mohammed bin Abdulrahman, entrará em vigor no domingo (19) e prevê a implementação de medidas em três fases para alcançar o fim total do conflito.

O plano, baseado em uma proposta do presidente Joe Biden e aprovado pelo Conselho de Segurança da ONU, estabelece pontos importantes para a pacificação da região:

“Este é um momento decisivo para a paz no Oriente Médio”, declarou o primeiro-ministro do Catar durante o anúncio, pedindo que todas as partes cumpram rigorosamente os termos acordados.

Principais pontos do acordo
A primeira fase do acordo, com duração prevista de um mês e meio, inclui:
– Libertação imediata de 33 reféns mantidos pelo Hamas, incluindo crianças, mulheres e idosos
– Libertação de mais de 1.000 prisioneiros palestinos por Israel
– Retirada gradual das tropas israelenses de Gaza
– Ampliação da ajuda humanitária ao território

O acordo prevê ainda a devolução de todos os reféns civis – vivos ou mortos – e estabelece que, a partir do 16º dia, começarão as negociações para a libertação dos demais reféns, incluindo soldados homens e civis jovens do sexo masculino.

População de Gaza comemora anúncio do cessar-fogo

Reações e celebrações
As reações ao acordo foram imediatas. Em Gaza, centenas de pessoas saíram às ruas para celebrar, enquanto em Tel Aviv, manifestantes realizaram protestos silenciosos pedindo o retorno dos reféns. O secretário-geral da ONU, António Guterres, enfatizou que a prioridade agora é “aliviar o sofrimento tremendo causado pelo conflito tanto a palestinos quanto aos israelenses”.

Um dos principais desafios será a definição da governança futura de Gaza. Israel insiste que não aceitará o Hamas no poder, mas também rejeita a administração pela Autoridade Palestina. Discussões entre Israel, Emirados Árabes Unidos e Estados Unidos sugerem a possibilidade de uma administração provisória até que uma Autoridade Palestina reformada possa assumir o controle.

Contexto histórico
O conflito iniciou-se em outubro de 2023, após um ataque terrorista do Hamas ao sul de Israel que resultou em mais de 1.200 mortes e cerca de 250 sequestrados. A resposta israelense causou mais de 46 mil mortes em Gaza, segundo a ONU, incluindo cerca de 20 mil combatentes do Hamas, mas também ceifou a fica de quase 30 mil civis, o que gerou uma grave crise humanitária no território de 2,3 milhões de habitantes.

O acordo representa uma possível virada histórica no conflito, embora sua implementação ainda enfrente desafios a serem transpostos. A comunidade internacional permanece atenta ao cumprimento dos termos e à possibilidade de uma paz duradoura na região. Por sua vez, Israel espera que os líderes do Hamas e Jihad Islâmica pensem mais no seu povo e não façam esse tipo de ações violentas cujo resultado é sempre catastrófico para ambos os lados.

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