Funcionário é preso por esconder celular em banheiro de garagem de ônibus em Luziânia-DF

Foto Reprodução (TV ANHANGUERA)

Um caso de violação de privacidade chocou funcionários de uma garagem de ônibus em Luziânia, na região metropolitana do Distrito Federal, na última semana. Uma funcionária descobriu um celular escondido no banheiro feminino do local, posicionado estrategicamente para filmar o vaso sanitário. O aparelho, que pertencia a um colega de trabalho, estava camuflado com jornal e papelão, mas foi descoberto após a vítima ouvir uma música tocando em um fone de ouvido conectado ao dispositivo. O caso foi registrado na delegacia local, e o suspeito foi levado pela Polícia Militar.

De acordo com relatos dos funcionários, a descoberta ocorreu no final da tarde, quando uma das trabalhadoras entrou no banheiro e ouviu um som vindo de um fone de ouvido. Ao investigar, ela encontrou o celular escondido atrás de materiais de limpeza, posicionado para capturar imagens do interior do box do vaso sanitário. O aparelho estava em modo de gravação. A funcionária imediatamente alertou a supervisão, e uma investigação interna identificou o dono do celular, que era um colega de trabalho.

O suspeito, cuja identidade não foi divulgada, foi detido pela Polícia Militar e levado à delegacia para prestar esclarecimentos. Ele pode responder por violação de intimidade, crime previsto no Artigo 21 do Código Penal Brasileiro, que prevê detenção de seis meses a dois anos, além de multa. Além disso, o caso pode ser enquadrado na Lei nº 12.737/2012, conhecida como Lei Carolina Dieckmann, que tipifica crimes cibernéticos e a invasão de dispositivos para obter imagens sem autorização.

O incidente causou revolta e constrangimento entre os trabalhadores da garagem. Muitos relataram sentir-se inseguros e preocupados com a possibilidade de que outras filmagens tenham ocorrido anteriormente. “É uma situação muito invasiva. A gente não espera passar por isso no local de trabalho”, disse uma das funcionárias, que preferiu não se identificar.

A administração da garagem afirmou que está cooperando com as investigações e que tomará medidas para reforçar a segurança no local, incluindo a instalação de câmeras de monitoramento nas áreas comuns e a realização de campanhas de conscientização sobre privacidade e respeito no ambiente de trabalho.

O caso de Luziânia não é isolado. Nos últimos anos, houve um aumento significativo em denúncias de filmagens indevidas em banheiros, vestiários e outros locais privados em todo o país. Em 2021, um homem foi preso em São Paulo por instalar câmeras escondidas em banheiros de um shopping center. No mesmo ano, um professor universitário foi flagrado filmando alunas em um banheiro no Rio de Janeiro. Esses incidentes destacam a facilidade com que dispositivos modernos podem ser usados para violar a privacidade alheia.

Especialistas em segurança digital alertam que a popularização de câmeras pequenas e acessíveis, como as presentes em celulares e dispositivos vestíveis, tem facilitado a prática desses crimes. “A tecnologia deve ser usada para o bem, mas infelizmente vemos casos de abuso. É fundamental que as pessoas estejam atentas e que haja punição exemplar para os responsáveis”, afirma Carlos Alberto, especialista em crimes cibernéticos.

Impacto psicológico nas vítimas
Além das consequências legais, casos como esse podem causar danos psicológicos profundos às vítimas. A exposição não consentida e a sensação de violação de privacidade podem levar a quadros de ansiedade, depressão e transtorno de estresse pós-traumático. “A vítima pode se sentir constantemente vigiada, o que afeta sua autoestima e sua capacidade de confiar nas pessoas ao seu redor”, explica a psicóloga Mariana Oliveira, especializada em traumas.

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