Quatorze anos na fila do SUS
Em Cacoal tem
Um caso real:
Mulher que esperou
Tempo anormal,
Quatorze anos
Por algo vital.
Sofria calada,
Sem solução,
Pedindo socorro
Com o coração.
Na fila do SUS,
Sem compaixão.
A dor no quadril
Virou rotina.
E a cirurgia?
Nunca vinha.
A cada consulta,
Mais uma esquina.
O tempo passava,
A dor aumentava.
O corpo cansava,
A fé se moldava.
E o povo dizia:
“Isso não acaba?”
Mas um novo rumo
Foi traçado.
Com Defensoria,
Foi ajudado.
Bateu na Justiça,
Foi escutado.
Ali teve vez
Quem não tinha voz.
Um grito calado
Ecoou feroz.
E a decisão
Mudou o pós.
A prótese veio,
A mesa chegou.
O corte curou
O que o tempo roubou.
Hoje, em casa,
Ela descansou.
Mas muitos ainda
Estão esquecidos,
Com dor nas pernas
E passos perdidos.
Na fila do nada,
Sonhos sumidos.
Na propaganda,
Tudo é beleza.
Mas na verdade,
É só tristeza.
Saúde é direito,
Não é surpresa.
O Estado falhou,
Faltou com cuidado.
Quem não tem voz
É sempre ignorado.
Só com pressão
O caso é olhado.
O poeta Moisés
Faz seu papel,
Com rima e força,
Com tinta e pincel.
Defende o povo
Com verso fiel.
Junto com ele,
Tribuna Popular,
Com Adair Perin
A comandar,
Lutam por quem
Quer melhorar.
Dão vez ao fraco,
Ao esquecido,
Ao que sofre
Sem ter abrigo.
Noticiam a dor,
Mas com sentido.
Eles acreditam
Num Brasil decente,
Onde a saúde
Cuide da gente.
E nossa luta,
É permanente!
Moiseis Oliveira da Paixão