Da Redação – O salário mínimo nacional, atualmente em R$ 1.518, pode alcançar R$ 1.631 em 2026, de acordo com estimativas apresentadas no Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) de 2026, enviado ao Congresso no fim de agosto. A previsão considera uma inflação de 4,78% e representa um aumento de 7,45% em relação ao valor atual.
Para os anos seguintes, o governo projeta R$ 1.725 em 2027, R$ 1.823 em 2028 e R$ 1.908 em 2029. No entanto, os números finais vão depender da inflação efetiva medida pelo IBGE e do crescimento do PIB. A regra de cálculo leva em conta a variação do INPC acumulado até novembro do ano anterior somada ao crescimento do PIB de dois anos antes, limitado a 2,5%.
O valor previsto para 2026 é R$ 1 maior do que o indicado em abril no Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO). Cada real acrescido ao piso nacional, segundo o governo, gera impacto de R$ 429,3 milhões ao ano nas despesas públicas e aumento de R$ 7,4 milhões na arrecadação previdenciária.
Impacto em benefícios
O salário mínimo é referência para aposentadorias, pensões do INSS e programas sociais, como o Benefício de Prestação Continuada (BPC). Assim, qualquer reajuste no piso implica aumento automático para quem recebe valores equivalentes.
Salário líquido e descontos
Na prática, o trabalhador não recebe o valor integral, pois há o desconto da contribuição previdenciária. Em 2025, por exemplo, quem recebe o piso de R$ 1.518 tem desconto de 7,5% do INSS, resultando em R$ 1.404,15 líquidos. Outros descontos podem ocorrer, como vale-transporte (até 6% do salário base), plano de saúde ou pensão alimentícia, dependendo do contrato ou da legislação aplicável.
As alíquotas do INSS são progressivas e variam conforme a faixa de salário de contribuição, chegando a 14% para rendimentos até R$ 8.157,41, que é o teto considerado para o cálculo previdenciário.
Salário regional
Além do piso nacional, alguns estados definem um salário mínimo regional mais alto. Em São Paulo, por exemplo, o valor subiu para R$ 1.804 em julho, após reajuste de 10%, garantindo aumento real acima da inflação.
Salário ideal segundo o Dieese
De acordo com o Dieese, o salário considerado suficiente para o sustento de uma família com dois adultos e duas crianças seria de R$ 7.147,91 em agosto. O cálculo parte do custo da cesta básica mais cara do país e considera que a alimentação representa 35,78% das despesas familiares.