A Lei nº 384/2024 cria o Dia Estadual de Combate ao Preconceito contra as Pessoas com Nanismo, celebrado anualmente na data de 25 de outubro
Esse ano, o prédio da Assembleia Legislativa do Estado de Rondônia também deverá ser iluminado com a cor verde, no período de 20 a 27 deste mês, em apoio a causa das pessoas com nanismo (baixa estatura). O deputado estadual Cirone Deiró é o autor da lei nº 384/2024, que cria o Dia Estadual de Combate ao Preconceito contra as Pessoas com Nanismo, celebrado anualmente na data de 25 de outubro. “A lei traz visibilidade para a causa, despertando o poder público e a população em geral, para o fato de que a pessoa com nanismo tem o direito de estar em todos os espaços e que precisa de acessibilidade, acompanhamento médico e respeito”, disse Edilaine Marinho Ravani, delegada da Associação Nanismo Brasil (Annabra), em Rondônia.
Desde o início de seu primeiro mandato na Assembleia Legislativa, Cirone Deiró adotou a defesa das pessoas com deficiência, como uma de suas principais frentes de trabalho. Suas ações envolvem a criação de leis, realização de eventos, audiências públicas e estruturação de entidades. Segundo o deputado, a lei nº 384/2024 busca defender os direitos das pessoas com nanismo e o acesso a um ambiente inclusivo, tanto no que diz respeito à vida social, quanto educacional e profissional. “Um dos principais objetivos é incentivar o desenvolvimento e a implementação de políticas públicas, que promovam a igualdade de oportunidades”, disse o parlamentar.
Nanismo
Nanismo é uma condição física, caracterizada pela deficiência no crescimento, resultando numa pessoa de baixa estatura, se comparada com a média da população da mesma idade e sexo. Existem mais de 400 tipos de nanismo, sendo alguns ligados a questões hormonais e outros a displasias ósseas.
De acordo com a delegada da Annabra, em Rondônia, Edilaine Marinho Ravani, ao longo dos anos, as pessoas com nanismo enfrentam discriminação, preconceito e exclusão. Segundo ela, muitas deficiências passaram a ser respeitadas e abordadas da maneira correta, no entanto, o nanismo sempre esteve vinculado à ridicularização, risos e piadas, situação normalizada pela sociedade. “Uma das questões importantes a pontuar é o termo anão, que ainda é muito utilizado e está atrelado a um ser bizarro e engraçado, enquanto o correto é pessoa com nanismo”, afirmou.
A lei criada por Cirone Deiró, segundo a delegada, foi a primeira voltada para o nanismo, em Rondônia, servindo inclusive, para unir famílias. Entre outras ações, ocorridas após a criação da lei, está a discussão, na rede municipal de educação da capital, de questões específicas às crianças com nanismo, como por exemplo, a importância do combate ao bullyng. “Tivemos em 2024, pela primeira vez no estado, a iluminação verde, referente ao Dia do Combate ao Preconceito contra as Pessoas com Nanismo, fato que ocorre em outros pontos do país todos os anos e aqui nunca havia acontecido”, disse Edilaine. Segundo ela, esse ano a iluminação deverá ocorrer também em Cacoal e o objetivo é expandir para outros municípios, gerando cada vez mais visibilidade e informação.
Quanto a outras ações importantes para fortalecer os direitos das pessoas com nanismo, em Rondônia, Edilaine disse que o ponto principal seria a melhoria do acesso ao acompanhamento médico adequado. Ela explicou que, crianças com nanismo, por exemplo, precisam de geneticista pelo sus, endócrino pediatra, neuropediatra, fisioterapia e ortopedistas que monitorem questões específicas das displasias esqueléticas. Outra questão importante, de acordo com a delegada, é a acessibilidade, pois não há adaptações pensadas para as pessoas com baixa estatura, como banheiros, escadas e balcões. “Não somente a baixa estatura, mas o encurtamento dos membros superiores e inferiores, dificultam o acesso, por exemplo, a torneiras, dispensers, vasos sanitários, leitores de reconhecimento facial e botões de elevadores”, explicou.
Texto: Eli Batista
Jornalista